Evento sobre discriminação racial tem participação de alunos da rede municipal
Café Literário foi uma parceria entre as secretarias de Cidadania e Direitos Humanos e da Educação
Igualdade Racial e Respeito à Diversidade foram temas abordados no Café Literário que ocorreu nesta quarta-feira (29/3), em evento promovido pelo Shopping Nilópolis Square em parceria com a Prefeitura de Nilópolis. O evento contou com exposição de objetos da cultura negra, roda de conversa e declamações de poemas com os alunos da rede municipal.
O Café Literário foi realizado pelas secretarias de Cidadania e Direitos Humanos e de Educação no mês Internacional de Luta contra a Discriminação Racial. Apresentando o projeto ‘Poeme-se’, os alunos das escolas municipais Coronel Antônio Benigno Ribeiro, Ciep 186 Novo Horizonte e Professor Washington Bittencourt marcaram presença no evento. Eles tiveram 21 dias para confeccionar poemas autorais sobre antirracismo e conservação do meio ambiente.
Aluna do 8º ano da E.M. Coronel Antônio Benigno Ribeiro, Heloisa Dutra de Almeida, de 13 anos, recitou o poema ‘Me Gritaron Negra’, de Victoria Santa Cruz. “Eu acho muito bom para as pessoas entenderem que não é a cor de pele que diferencia um dos outros’, salientou ela.
Marcia Cristina, de 57 anos, é professora de Língua Portuguesa da rede municipal há 37 anos. “Eles, como protagonistas de escola pública, podem fazer o diferencial. O projeto está aí e parabenizo todos eles porque sei que a partir dali o mundo é deles. A base é a diversidade literária. É possível mudar o mundo através da leitura.”
Convidada para participar da roda de conversa sobre representatividade e o seu lugar no mundo, Monique Maciel, de 38 anos, é professora concursada em Nilópolis há nove anos. “Como professora preta enfrentei várias batalhas para estar aqui. Comecei a buscar minha ancestralidade e entender os sensos comuns que chegaram até a minha família, que os levaram até acreditar que nós pretos não tínhamos lugar nesse mundo, que era de serventia e submissão, e não de protagonismo. Hoje eu entendo a importância de ser protagonista da minha própria história. Espero poder contribuir de alguma forma.”
“Essa formação é muito importante para os alunos. Entender a luta contra o racismo tem que vir de berço. A cultura negra tem que ser entendida dentro da escola. Por isso essa parceria da cidadania com a educação”, destacou o secretário de Cidadania e Direitos Humanos, Renato da Van.