Atletas do handebol mirim de Nilópolis vão para Caxambu, em Minas Gerais

Eles são treinados por ex-atletas das Seleções Brasileira de Handebol Feminino e Masculino na Vila Olímpica

Inspirados pelas Olímpiadas de Paris, programadas para julho e agosto de 2024, meninos de 9 a 12 anos que treinam na Vila Olímpica, em parceria com o Nilópolis Handebol Clube (NHC), vão representar a cidade pela primeira vez no Campeonato Brasileiro Mirim, em Caxambu, Minas Gerais, entre 11 e 14 de julho. Atletas e professores da Vila esperam voltar com as melhores notícias.


Os alunos contam com a dedicação dos professores André Alcântara, Vanessa Marceli e João Nunes, caçula do trio. Os dois primeiros são ex-atletas do NHC e integraram a Seleção Brasileira de Handebol. Vanessa passou também por cinco grandes clubes, entre eles Corinthians, São Paulo e Vasco da Gama. Por sua vez, André tem participações ainda pela seleção Carioca e jogou no Flamengo, Fluminense e Vasco da Gama.


“Nossa expectativa é a melhor possível. Pela primeira vez uma equipe mirim de Nilópolis disputa um campeonato fora. Isso só foi possível pela parceria entre o Nilópolis Handebol Clube (NHC) e a Prefeitura de Nilópolis”, afirmou o secretário municipal de Esporte e Lazer, o advogado Marcelo Leitão, ele mesmo ex-atleta dessa modalidade esportiva.


Formada em Educação Física pela Universidade do Grande ABC, quando morou em São Paulo, a professora Vanessa disse que eles têm uma média de 33 alunos por turma. “Meninos e meninas treinam juntos, mas há momentos em que os separamos por sexo porque há uma diferença grande, por exemplo, em relação à forma física”, observou.


Morador de Mesquita, Allyson Cristian Amâncio, 12 anos, é amigo de Dudu, goleiro da equipe. Allyson estuda o 7º no CIEP 136 Stella de Queiroz Pinheiro, do outro lado da rua da Vila Olímpica, e aluno do professor Márcio Leitão, que ensinou handebol para ele. “Eu jogava bola aqui e o Dudu me convidou. Já estou aqui no handebol há um ano e sonho em estar nas Olimpíadas no futuro. Por que não?” Estou ansioso por esta viagem para Minas”, admitiu.


Apesar de estudar em uma escola particular, Miguel Dias, 11 anos, morador de Nova Cidade, não conheceu o handebol no colégio e sim na Vila Olímpica de Nilópolis. Ele foi convidado a treinar por Bernardo, filho do professor André e está animado. ” Sou fã do esporte e acompanho os jogos sempre que posso”, garantiu.


Vários atletas que se sobressaem nos treinos e nos jogos são indicados pelos professores para bolsas de estudos em escolas particulares da cidade que valorizam a prática esportiva e participam de competições com frequência. Os três professores são exemplos desse tipo de investimento em recursos humanos: se destacaram nas escolas pública onde estudavam e conseguiram bolsas de estudos para representar seus colégios em competições atléticas.


Os olhos de Pâmela Souza, 11 anos, brilharam quando ela falou sobre o handebol. “Tô gostando muito e quero ser atleta. Eu sempre vinha pra cá brincar, quis saber o que era e passei a participar”, contou a menina que estuda o 6º ano. Já Luíza Portugal está aprendendo os fundamentos do esporte e disse que seu pai é amigo do professor André, que a convidou para treinar.

História do handebol

O atleta e professor de educação física alemão Karl Schelenz criou o esporte em 1919, em plena Primeira Guerra Mundial, e a modalidade esportiva foi incluída nas Olimpíadas de 1936, em Berlim, na Alemanha. Handebol é uma modalidade esportiva jogada em equipe que faz parte dos esportes de invasão. Nela, a bola deve ser conduzida e arremessada somente com as mãos. O grande diferencial é o uso das mãos para a prática do esporte.


A equipe masculina de handebol do Brasil não estará nas Olimpíadas de Paris em julho e agosto deste ano, mas as mulheres irão nos representar. Atual heptacampeã dos Jogos Pan-Americanos e campeã mundial em 2013, a seleção brasileira feminina está no Grupo B no torneio de handebol na capital francesa.


Atualmente, existem duas principais categorias do esporte: o handebol masculino e handebol feminino, que podem ser praticados tanto em quadras de salão ou na areia (handebol de areia).


Regras e fundamentos do Handebol


As principais regras de um jogo de handebol são:

São necessárias duas equipes com 7 jogadores, sendo um goleiro;


Cada partida de handebol tem duração de 60 minutos, divididos em dois tempos de 30 minutos cada;


Em caso de empate, haverá uma prorrogação com dois tempos, de 5 minutos cada;


O goleiro é o único jogador que poderá utilizar os pés, para fazer as defesas;


O jogador com a posse da bola só pode dar três passos antes do arremesso, para dar mais de três passos é preciso quicar a bola no chão enquanto se movimenta pela quadra;


O objetivo do jogo é marcar gols, para isso a bola deve atravessar totalmente a linha do gol adversário;


A medida oficial da quadra de handebol é de 40 x 20 metros, feita com piso de madeira, emborrachado ou areia.


Handebol no Brasil


O handebol chegou no Brasil através de imigrantes alemães refugiados da Primeira Guerra Mundial, em meados do século XX. A primeira partida teria ocorrido no sul do país, disputada entre imigrantes, em 1928.


É o esporte coletivo menos praticado no Brasil, em comparação ao futebol, voleibol ou basquetebol. Ainda assim, o esporte é coordenado pela Confederação Brasileira de Handebol (CBHb).


A equipe brasileira de handebol estreou nas Olimpíadas em 1992 e, até o momento, nunca ganhou uma medalha nos Jogos Olímpicos. Em 2013 a seleção feminina de handebol venceu o Campeonato Mundial. Os melhores resultados da seleção masculina foram as vitórias em Campeonatos Pan-Americano em 2006, 2008 e 2016.

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