Gestor de Esportes Robson Tavares fala sobre a vida de atleta

Esportista deve continuar a estudar independentemente do sucesso na profissão

Alunos, responsáveis e convidados assistiram atentamente à palestra do ex-atleta e gestor de esportes Robson Tavares na Vila Olímpica Marcos Fernandes, na noite de quinta-feira, dia 22 de junho. Ele foi convidado pelo secretário municipal de Esporte e Lazer da Prefeitura de Nilópolis, Marcelo Leitão, para falar sobre ‘A Vida de Atleta’. Vários alunos que integram as equipes da cidade e vão disputar os Jogos da Baixada participaram do bate-papo.


“O professor Robson Tavares começou no handebol, foi meu professor e depois construiu uma carreira no futebol. Cuidou das categorias de base dos quatro grandes clubes do Rio, trabalhou no Corinthians. Conhecem o Philippe Coutinho, o Marcelo do Real Madrid?”, perguntou Marcelo Leitão, ouvindo um sim em coro da plateia que ouvia a apresentação em silêncio. “Ele também trabalhou com eles”. Leitão aproveitou a oportunidade para agradecer aos pais pela confiança ao deixar seus filhos praticarem esportes no local.


“Joguei muita bola nesse local quando aqui não tinha nada, era apenas um campo de futebol cercado de mato. Então, vocês têm algo muito legal que é a vila olímpica, com material, uniforme. Comecei como atleta de handebol e depois fui trabalhar com futebol meio que por acidente”, contou Tavares, lembrando que Marcelo Leitão foi um de seus primeiros atletas quando ainda treinava equipes de handebol.


“Vocês têm que lembrar é que é uma vida muito difícil, ser atleta é difícil. Nos últimos quatro anos, eu estava em Palmas, no Tocantins, longe pra caramba, trabalhando com um time da quarta divisão do campeonato brasileiro. Os salários baixos, lá até pagavam em dia, mas a maioria não. Mesmo quem é bem-sucedido no esporte que escolhe, deve continuar estudando”, salientou o professor Robson Tavares.


Atualmente, o futebol profissional conta com 795 equipes profissionais, 358 equipes amadoras e 1 mil 153 clubes. “São 32 mil 284 atletas, mas somente 3. 472 têm calendário o ano todo e contrato também, os outros só trabalham quando há campeonato. Cinquenta e cinco por cento dos jogadores de futebol ganham um salário mínimo para trabalhar de três a seis meses, nos outros meses tem que trabalhar em outra área, porque não conseguem sobreviver do esporte o ano todo”, listou o professor.


Por causa disso, Tavares ressaltou que uma boa opção é que atletas de qualquer modalidade devem buscar faculdades no Brasil e no exterior onde possam representar as instituições em competições universitárias. “Eles vão continuar na área ou poderão depois trabalhar como auxiliares, técnicos, fisioterapeutas, professores de educação física, psicólogos. Enfim, toda entidade esportiva necessita de uma equipe multiprofissional”, lembrou.


Moradora de Nilópolis, aluna do nono ano do Cetecon, Camilly Santos, 16 anos, quer continuar a jogar handebol. “Eu gostei do que ele falou, que podemos conseguir chegar aonde queremos, mas eu já tenho também um plano B. Quero estudar medicina e ser médica da Marinha”, garantiu Camilly, que estava acompanhada de outras meninas que treinam na Vila Olímpica de Nilópolis.


Robson Tavares levou o goleiro do sub-10 do Vasco da Gama, Davi Luís, 10 anos, morador de Nilópolis, para acompanhar a reunião. Ele joga futebol de salão e futebol de campo. E os professores das modalidades oferecidas na vila olímpica André Alcântara, Vanessa Reis, Adriano Barbosa, Augusto Correia, João Nunes, Bruno Carvalho estavam presentes.

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