Campanha Outubro Rosa na Casa da Mulher Nilopolitana

Uma roda de conversa com pacientes com câncer aconteceu na tarde de quarta-feira

A Casa da Mulher Nilopolitana promoveu nesta quarta-feira (20/10) uma tarde de depoimentos com pacientes com câncer. A atividade marcou o Outubro Rosa, campanha mundialmente conhecida, que busca a conscientização da população para o diagnóstico precoce do câncer de mama e do câncer do colo de útero. Várias mulheres emocionaram as colegas ao contar seu dia a dia na luta contra a doença.

                                                                                                                                                                                          Nilcéa Cardoso, Superintendente dos Direitos da Mulher e diretora da Casa, afirmou que além de sensibilizar a todos para a importância desses tipos de câncer, o encontro também expôs as dificuldades que muitas mulheres estão passando atualmente: algumas perderam seus empregos e os maridos de todas estão sem trabalho. “Nosso objetivo é o cooperativismo, buscamos o companheirismo e a amizade. Quem nos procura, juntamos os alimentos e damos cestas básicas para quem está nessa situação”, contou.

                                                                                                                                                                                               A voluntária e professora Jane Khalil salientou que ao se submeter ao tratamento de quimioterapia ou radioterapia, após a cirurgia para retirada de câncer, as mulheres passam o dia todo fora de casa. “Muitas saem cedo e só conseguem fazer o procedimento à tarde. Ficam sem comer e, muitas vezes, sem o transporte que levou o grupo para fazer o tratamento”, contou ela, ressaltando também a dificuldade que elas enfrentam para conseguir a aposentadoria pelo INSS.

Muitas das mulheres que fazem o procedimento, depois ingressam com processo de aposentadoria junto à previdência social. Elas reivindicam o Benefício de Prestação Continuada (BPC), conhecido também como LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social. No caso da pessoa com uma doença incapacitante, ele garante uma espécie de aposentadoria às pessoas de baixa renda.

Elisiana Soares, 59 anos, e Viviane Teixeira Matheus, 37, enfrentam esse problema. Elas dividiram com as companheiras a luta contra a doença e contaram as dificuldades para fazer a perícia e se habilitar a receber o LOAS. Infelizmente, em ambos os casos, ainda não conseguiram, apesar de terem sido submetidas a cirurgias para retirada de câncer.

“Fiz um exame na Previdência Social de Nilópolis e duas perícias em Barra Mansa, no Sul Fluminense. Para ir a Barra Mansa, precisei de ajuda de parentes, porque não tinha dinheiro”, lembrou Elisiana, moradora de Olinda, mãe de dois filhos e com dois netos. Ela já está no período de remissão, porque tratou o câncer no endométrio entre 2017 e 2018, no Hospital da Posse. Fez cinco quimioterapias com sessões de quatro horas de duração e 25 radioterapias. Agora a briga é para receber sua aposentadoria.

Viviane Matheus, a Vivi, retirou a mama esquerda no Inca de Vila Isabel e se prepara para fazer quimioterapia na mesma unidade de saúde. “Fui convidada para participar desse encontro. O importante é que cada uma vai conhecendo a história da outra e dando força. Ninguém solta a mão de ninguém”, garantiu ela, que junto com o marido também desempregado, vende bolos caseiros por encomenda para se manterem e aos dois filhos.

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